29.9 C
Brasil
sábado, outubro 18, 2025
HomeNoticiaFalsa Couve: Especialista explica como identificar a Planta Tóxica

Falsa Couve: Especialista explica como identificar a Planta Tóxica

Veja também

MXRF12 na conta? Entenda o que aconteceu e como proceder

Atualização importante! Na 11ª emissão de cotas do MXRF11...

Vale a pena participar da 8ª emissão de cotas do XPLG11?

O fundo imobiliário XPLG11 realiza a 8ª emissão de...

Gabaritos do PSI UFAM 2026: acompanhe publicação das respostas

Terminou a prova? É hora de virar a página...

Um almoço de família que se transformou em pesadelo. A recente tragédia em Patrocínio, no Triângulo Mineiro, onde uma pessoa morreu e outras duas foram hospitalizadas em estado grave, trouxe à tona um perigo silencioso que pode estar crescendo em quintais e terrenos por todo o Brasil: a falsa couve (Nicotiana glauca). Colhida por engano, a planta altamente tóxica foi preparada e servida como se fosse a inofensiva couve-manteiga, revelando a importância crucial do conhecimento botânico para a segurança alimentar.

O caso não é isolado e serve como um duro lembrete de que nem toda folha verde é comestível. Mas o que torna essa planta tão perigosa? E como podemos evitar que um erro de identificação termine em fatalidade?

O Veneno no Prato: Entenda a Ação da Anabasina

O poder letal da falsa couve reside em um composto chamado anabasina, um alcaloide neurotóxico. “A anabasina tem uma estrutura química muito semelhante à nicotina, porém, é muito mais tóxica”, explica a Dra. Amanda Danuello, professora e pesquisadora do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

“Ela age diretamente no sistema nervoso, provocando taquicardia, tremores e, em casos graves, a paralisia dos músculos respiratórios, levando à morte por asfixia”, completa a especialista.

Um dos fatos mais alarmantes é que o cozimento não anula o perigo. Pelo contrário, o calor rompe as células da planta e pode até acelerar a liberação da anabasina, tornando sua absorção pelo organismo mais rápida e eficiente. Estudos indicam que apenas 30 miligramas da toxina podem ser fatais para um adulto, uma quantidade presente em poucas folhas.

Guia de Identificação: Como Diferenciar a Falsa Couve da Couve Verdadeira

A confusão visual é o principal gatilho para o envenenamento. No entanto, existem diferenças claras que podem salvar vidas. Fique atento aos detalhes:

  • Cor: A falsa couve possui um tom de verde mais pálido e acinzentado. Já a couve-manteiga comestível tem um verde vivo e intenso.
  • Textura: A folha da planta tóxica é fina, lisa e tem um toque levemente ceroso (parecido com cera). A couve verdadeira é mais grossa, firme, com nervuras bem marcadas e superfície áspera.
  • Formato: As folhas da Nicotiana glauca são, em geral, menores, mais estreitas e alongadas. As da couve comestível são grandes e largas.

O Perigo se Estende: Mandioca Brava e Taioba Brava

O risco de confusão não se limita à couve. O Brasil, com sua imensa biodiversidade, abriga outros “pares perigosos” que exigem atenção:

  • Mandioca Brava vs. Mandioca Mansa (Aipim/Macaxeira): Visualmente idênticas, a mandioca brava contém compostos que liberam ácido cianídrico (HCN), um veneno que bloqueia a respiração celular. Por isso, jamais consuma mandioca de origem desconhecida ou que não tenha passado por processos industriais adequados para a remoção da toxina.
  • Taioba Brava vs. Taioba Comestível: A taioba brava possui cristais de oxalato de cálcio, que causam queimação, irritação severa e inchaço na boca e garganta. A dica de ouro está no talo: na taioba comestível, o talo é inteiramente verde, enquanto na brava, a junção do talo com a folha apresenta uma coloração arroxeada.

Prevenção é o Melhor Remédio: O Que Fazer?

A principal recomendação dos especialistas é simples e direta: na dúvida, não consuma.

  1. Origem Segura: Consuma apenas vegetais comprados em feiras, sacolões e supermercados de confiança.
  2. Cuidado com o Quintal: Se você não tem 100% de certeza sobre a identificação de uma planta, não a colha para alimentação.
  3. Atenção a Chás e Plantas Medicinais: O consumo de chás e preparos caseiros de plantas desconhecidas é uma das principais causas de intoxicação no país.
  4. Em Caso de Suspeita: Se após a ingestão de uma planta desconhecida surgirem sintomas como náuseas, vômitos, queimação na boca, tontura ou dificuldade para respirar, procure imediatamente o serviço médico de emergência. Leve uma amostra da planta ingerida, se possível, para facilitar a identificação e o tratamento.

A ciência, através de instituições como a UFU, continua a mapear e a educar a população sobre esses riscos, mas a conscientização individual é a primeira e mais importante linha de defesa contra o perigo que, muitas vezes, brota silenciosamente ao nosso lado.

Redação
Redação
Redação do portal FiiBrasil - Publicações realizadas em conjunto pela equipe de jornalistas do site

Novas Notícias